Paraíso padecendo
Se ainda há no Brasil um lugar que pode ser chamado de paraíso, que em inglês muitas vezes é referido como pristine – imaculado, certamente o arquipélago oceânico de Fernando de Noronha é um destes pouquíssimos lugares. Não por acaso patrimônio mundial da humanidade, este paraíso ainda bem preservado,Possui protocolos firmes de preservação: limitação restritiva de número de pessoas e tempo máximo de permanência dos turistas na ilha, assim como a limitação máxima e controlada da quantidade de veículos a combustão, realmente pode se dizer que é uma área de altíssima importância ambiental que resiste com todas as forças à degradação ambiental e aos interesses industriais sem responsabilidade ambiental.
Mas infelizmente de tempos em tempos surge algum monstro degradante projetando sua sombra sobre esta tão bela ilha. E não pela primeira vez, a ameaça vem novamente na disfarçada necessidade e falsa dependência de combustíveis fósseis da nossa sociedade. Isso mesmo, a perfuração submarina para extração de petróleo e gás mais uma vez ameaça o equilíbrio ecológico de Fernando de Noronha.
Olho grande apontado para o fundo do mar
Já fui algumas vezes à Noronha e lá ainda é um dos poucos lugares no Brasil, e infelizmente no mundo também, onde podemos ter uma relativa certeza de avistar tubarões nadando tranquilamente em seu ambiente natural. Apesar da prática antiga na Ilha do Bolinho de Tubarão, que parece ter finalmente acabado… Algum recente visitante da ilha pode confirmar? Avise-nos!
Entenda a luta
E isto tudo apesar da nota técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), disponível na página da 17ª rodada da ANP, informando ser “temerária” a inclusão dessa área por causa da proximidade com Noronha e Atol das Rocas, ambos berçários naturais.
A Divers for Sharks soma forças à voz do Instituto Arayara em defesa do mar de Fernando de Noronha e da Reserva Biológica do Atol das Rocas, não longe da área também e que poderá sofrer também sérios danos em caso de vazamento.