Os danos que a pesca de arrasto causa ao fundo do mar

Os danos que a pesca de arrasto causa ao fundo do mar

O prato de camarão que chega até a sua mesa, talvez tenha no máximo 200 gramas deste animal, no entanto esta pequena porção da dita iguaria, é responsável pela matança de pelo menos 2 quilos de outros animais, que vem na rede de pesca, mas não tem interesse comercial, sendo então jogado fora de volta ao mar, a maior parte já morta. E isso sem contar o fundo do mar por onde as redes passaram, que fica todo revirado, com areia e outros detritos sendo jogados em cima de corais ou outras formas de vida aderidas ao fundo, levando também estes animais à morte. Após a rede passar, o que fica para trás está morto em um fundo estéril.

A conta é essa mesmo que você leu ali em cima. Para cada quilo de animal pescado que tem interesse para a indústria, no mínimo 10 vezes mais de outros animais são mortos e jogados fora. Qualquer outra atividade econômica levada a sério e dita sustentável, certamente não aceitará esta taxa de perda e desequilíbrio ecológico.
Antes de continuarmos assista a este vídeo e veja o que pode acontecer em uma única passagem de um barco de arrasto em determinado ponto e as opiniões de especialistas e estudiosos da ONU.
Imagine se para colher uma maçã os agricultores destruíssem 10 outras frutas e as jogassem para apodrecer no pomar, ou se para abater um boi ou vaca, 10 outros fossem mortos e jogados no lixo, no meio do mato. Simplesmente inaceitável, concorda? E que atitudes você toma sobre o caso, agora que sabe o que acontece com os animais pescados por redes de arraso, ou então as redes de deriva, que causam matança equivalente, apenas não tocando no fundo do mar.
Pois é pergunto a você mesmo caro leitor. Pois a responsabilidade ambiental neste caso pode começar no seu prato de comida, evitando contribuir com a indústria que depredas os mares. Ou simplesmente dizia que não sabia? Esta desculpa você não tem mais, pois agora sabe o que acontece.
Muitos estudos mostram que a dita pesca sustentável só pode ser verdade em pequenos países pobres, que são menores que muita cidadezinha no seu país. Isto quer dizer, em pequeníssima escala e sem a estrutura ou petrechos (instrumentos ou objetos necessários para executar a atividade) da indústria pesqueira.
E quando pensamos que o assunto está se esgotando, ainda temos que falar do material de pesca estragado, tais como redes rasgadas, linhas embaraçadas ou afins, que são cortados e jogados fora como lixo no mar, o que se chama de reses fantasmas, que continuam exercendo suas funções de apreender a vida marinha. Normalmente estes petrechos de pesca se enroscam e ficam presos no fundo, matando os animais que se enroscam neles. Depois acabam se rasgando, flutuando e assim matando mais uma vez e afundando. Criam assim um verdadeiro cemitério submarino.
E se você acha que isso não acontece em cidades grandes e turísticas, veja este flagrante em pleno Rio de Janeiro, pertinho da praia.
Para finalizar não tinha como não postar esta arte feita por um parceiro da Divers for Sharks como forma de protesto contra a forma como o Brasil trata o assunto da pesca e seus oceanos.