Autora convidada
Stephanie Prufer
Oceans Campaigner do Centro de Diversidade Biológica.
Baleias, tartarugas e outros animais marinhos ficam regularmente presos em redes de pesca usadas para capturar lagostas e caranguejos, resultando em ferimentos ou morte. Na Califórnia, o número de emalhamentos aumentou drasticamente em 2014, levando a restrições à pesca comercial do caranguejo Dungeness, incluindo temporadas mais curtas para evitar as migrações de baleias.
Felizmente, há uma solução para esse problema, e isso pode salvar as baleias e permitir a pesca mesmo com a presença de baleias em risco de extinção. Equipamento sem corda, também conhecido como equipamento “pop-up” ou “ropeless”, não deixa uma linha estática na água. Quando os pescadores vêm para recuperar seu equipamento, as armadilhas no fundo do mar sobem à superfície usando uma corda ou bóia armazenada, liberada por controle remoto.
Essas novas armadilhas não são protótipos de empresas iniciantes: elas já estão sendo usadas comercialmente em uma pescaria na Austrália e sendo testadas no Canadá e na costa leste dos Estados Unidos, onde a pesca de lagosta coloca em risco as baleias francas do Atlântico Norte. Esse tipo de tecnologia também está sendo testado na Califórnia.
A mudança das condições do oceano e os diferentes padrões de migração e alimentação devido à mudança climática estão entre os fatores que podem ter contribuído para o aumento de emaranhamentos na Califórnia. Após uma média anual de menos de 10, o emalhamento de baleias relatado aumentou para 30 em 2014, 62 em 2015 e 71 em 2016.
No Brasil, as baleias francas austral e as baleias jubarte também estão sujeitas à ameaça de emaranhamento. No ano passado, uma baleia franca e seu filhote foram encontrados na costa de Santa Catarina com equipamentos de pesca enrolados na cabeça.