Quando se fala em tubarão, qual o que vem à sua cabeça?
A maioria das pessoas irá dizer que a imagem que surge é de um Tubarão Branco adulto e bem grande. Pouquíssimas variações acontecerão apenas com quem conhece, já estudou ou mergulhou com algum outro tipo de tubarão. Assim como quando pensam em tubarão o comportamento é certamente de predador topo de cadeia.
Pois como nem todos sabem, existem os tubarões que apesar de muito grandes não são predadores e muito menos realizam manobras de ataque violentas. Exemplos são os filtradores de água Tubarão Baleia e o Peregrino. Iremos falar neles no futuro.
Hoje nosso tema é um tubarão muito pequeno, que chega a ser chamado de charuto justamente por isso, e que não é topo de cadeia, sendo inclusive chamado de parasita.
Isistius brasiliensis
Pois então, o tubarão chamado cientificamente de Isistius brasiliensis, é um tubarão fora da curva e cheio e polêmicas! Se a ciência criou o sistema de nomenclatura justamente para evitar confusões, o mesmo não acontece com a nomenclatura popular. Este nosso pequeno tubarão, que raramente ultrapassa 50 centímetros de comprimento já começa sendo pequeno e não topo de cadeia. Nem sequer de predador ele costuma ser chamado, mas de parasita. E as polêmicas continuam com o seu nome. No Brasil é chamado de Tubarão corta biscoito. Ou seria bolacha? Moradores do Rio de Janeiro e São Paulo irão debater por horas e horas e horas sobre este tema.
Normalmente vive em águas profundas, até a zona batipelágica (entre 1000 e 4000 metros de profundidade) e costuma migrar verticalmente durante o dia, voltando o fundo de noite.
Este pequeno tubarão é na verdade um ectoparasita facultativo de animais maiores, e se alimenta mordendo outros tubarões ou baleias, usando seus dentes especializados e boca com função de ventosa. Este procedimento, aliados a movimentos do corpo, resultam numa mordida redonda, arrancando pequenos em formato de biscoito (bolacha?) da vítima. Daí seu nome!
Além de tubarões e baleiras, outros peixes grandes e até mesmo em raros casos humanos já foram registradas feridas atribuídas a este tubarão.
