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Os fantasmas ‘se divertem’: Parte II

Os fantasmas ‘se divertem’: Parte II

Calma! A Divers For Sharks não virou um site sobre cinema e está anunciando a continuação do filme de 1988 dirigido por Tim Burton. Mas o nosso título tem o objetivo de chamar atenção para o problema da pesca fantasma. Já abordamos o assunto em outro texto, porém um relatório da ONG Proteção Animal Mundial, o primeiro do tipo no Brasil, retrata como está a situação por aqui.

A pesca fantasma se caracteriza pelo impacto dos equipamentos, ou petrechos de pesca (redes de emalhar e de arrasto, varas, linhas, anzóis, espinhéis, armadilhas de covos, potes, entre outros), que são abandonados nos mares. Segundo o estudo Maré Fantasma, acredita-se que 25 milhões de animais marinhos como são afetados por esse problema. Isso representa a morte para diversas espécies de peixes, crustáceos, baleias, tartarugas, tubarões e outros animais – não apenas no mar, mas também nos rios amazônicos.

O material que é feito de plástico é abandonado e fica vagando pelo oceano e, por isso, acabam capturando, mutilando, ferindo e aprisionando os animais. A decomposição pode ainda gerar microplásticos que podem ser digeridos por diversas espécies, sendo um perigo para quem consome peixes e frutos do mar. Acredita-se que tenhamos cerca de 580 kg de redes industriais e artesanais perdidas diariamente na costa brasileira. Um número assombroso.

“O animal que vive livre não deveria interagir com os petrechos. Toda vez que se encontram, de alguma forma, há um impacto na fauna marinha”, explica Maurício Forlani, gerente de Pesquisa da Proteção Animal Mundial ao site National Geographic.

Para chegar a esta conclusão, a ONG Proteção Animal Mundial teve que trabalhar com estimativas, uma vez que não há dados sobre atividade pesqueira no Brasil. Somente três estados (Rio, São Paulo e Santa Catarina) têm iniciativas que estudam os impactos dos petrechos marinhos em seus litorais. Essas informações foram agrupadas com relatos de e agências de mergulho e limpeza de praia. Com isso, chegou-se a conclusão que 69 mil animais marinhos podem ser impactados diariamente pela quantidade de petrechos fantasmas abandonados por dia no Brasil.

Um rede de pesca feita de plástico leva, em média, 600 milhões de anos para se decompor na natureza. Sem contar outros tipos de material usado para a pesca como anzóis e bóias. Estima-se que esses equipamentos representem 10% do lixo marinho, dentro de uma realidade que mostra uma saturação de mares e oceanos, causado pelo despejo direto de dejetos de todas as nações do mundo.

Para tentar melhorar a situação, Proteção Animal Mundial vem desde 2015 desenvolvendo uma iniciativa para que governos, setor industrial da pesca e setor privado, como redes de supermercados, comunidades de pesca, Academia e pesquisa, organizações não-governamentais e intergovernamentais criem soluções combater a pesca fantasma. O Brasil ainda não aderiu ao acordo, que seja chama Iniciativa Global de Combate à Pesca Fantasma (GGGI, na sigla em inglês).

É cobrar para que tenhamos uma mudança em breve.